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ONU DEFENDE O CONTATO COM A NATUREZA COMO INDICADOR DE PROSPERIDADE E BEM ESTAR

“Um passo histórico e transformador na forma como enxergamos o mundo e valorizamos a natureza.” Foi assim que o Secretário Geral da ONU, António Guterres, descreveu a adoção de uma nova forma de mensurar índices sobre economia e meio ambiente em relatórios globais de estatísticas.

Um novo “divisor de águas”.

Com a decisão dos Estados-membros, um novo parâmetro medirá o papel da natureza nos índices de prosperidade econômica e bem-estar social dos povos, sendo que a qualidade de vida não será medida exclusivamente pelo PIB, mas sim pelas condições de vida e relação homem natureza.

A decisão foi anunciada pela Comissão de Estatística da ONU, que é a maior autoridade em padrões internacionais no tema. O novo quadro deverá reformular decisões e políticas para o desenvolvimento sustentável e a ação climática.

O secretário-geral diz que com isso, uma das metas é que mundo não permitirá mais que a destruição ambiental e a degradação sejam consideradas “progresso econômico”.

O novo parâmetro, chamado de Sistema Econômico-Ambiental – visa preservar os ecossistema, deverá ainda assegurar o reconhecimento do capital natural como florestas, pantanais e outros ecossistemas em relatórios econômicos de qualidade de vida.

Com isso a ONU cada vez mais reforça a tese do índice FIB (Felicidade Interna Bruta)  um novo indicador da  mundial  como uma forma de complementar as medidas já tradicionais, como o PIB (Produto Interno Bruto), para medir o desenvolvimento de uma nação. Ente os quesitos que são analisados pelos conceitos do FIB também estão: bem estar humano, a preservação dos recursos da natureza, cuidados familiares e utilização do tempo de forma equilibrada.

Ecossistemas

A notícia é um grande passo em direção ao futuro e diferente dos índices de medição tradicionais como o Produto Interno Bruto, PIB, “que dominou a mensuração do crescimento econômico por mais de sete décadas”.

A decisão da ONU  também admite que os ecossistemas fornecem serviços importantes que geram benefícios para as pessoas, e assim como ativos econômicos, os ecossistemas também precisam ser mantidos.

Um exemplo são as florestas que ajudam a levar água potável às comunidades, servindo como filtros naturais, com plantas, árvores e outros elementos que absorvem a poluição antes de que ela chegue às correntes, aos rios e lagos.

“No passado, sempre se media o progresso em termos de valor de mercado, pago por bens e serviços, que eram produzidos e consumidos”, disse o economista-chefe da ONU, Elliot Harris.

Prosperidade econômica sem destruir a natureza pelo caminho.

Ele ressalta que o valor da natureza jamais era levado em conta. Harris afirma que a natureza era tratada como “um bem livre e ilimitado”, e por isso degradada sem que sequer se soubesse o valor da perda.

Ao contabilizar a natureza e a economia juntas, no mesmo quadro e parâmetro, o mundo poderá ver como as atividades econômicas afetam a natureza e como a presença da natureza afeta os indivíduos, sociedades e espécies.

Biodiversidade

Para a ONU  considerar o papel da natureza em indicadores socioeconômicos é uma ferramenta de avaliação e valorização do meio ambiente e que pode ajudar no alcance da sustentabilidade para as pessoas e o planeta.

Os novos parâmetros devem integrar as decisões de duas grandes reuniões da ONU este ano incluindo a 15ª. Conferência da Convenção de Biodiversidade, COP-15, e a Conferência Internacional sobre Mudança Climática COP-26, marcada para novembro de 2021 em Glasgow, na Escócia.

A ONU já passou recomendações para que governos se preparem para  implementar as mudanças que irão redesenhar a relação com a natureza, visando quantificar a relação e a vivencia humana com a natureza como imprescindível para o bem estar e qualidade de vida, o novo quadro estatístico também fomentará um ímpeto para a mensuração correta do valor da biodiversidade, diz a secretária-executiva da Convenção sobre Diversidade Biológica, Elizabeth Maruma Mrema.

Apesar de ter sido incluído recentemente nas discussões sobre os indicadores globais da Organização das Nações Unidas, o FIB teve suas origens no Butão. Foi criado pelo rei butanês no ano de 1972 como uma forma de indicar o crescimento do país sem considerar apenas o aspecto econômico, mas levando em consideração conceitos culturais, psicológicos, espirituais e ambientais.

Fonte ONU -news.un.org

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