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DIABETES E A COVID

A grande maioria das pessoas que contraírem COVID-19, experimentará apenas sintomas leves da doença e terá uma recuperação breve. No entanto, as pessoas com diabetes ou outras condições crônicas são mais propensas a experimentar adoecimentos  de maior gravidade. Elas podem precisar de internação hospitalar para receber cuidados e intervenção intensiva. Atualmente, sabe-se que dos casos da doença em média global 81% serão leves, 14% graves e 5% críticos. Os riscos parecem aumentar em pessoas com mais de 70 anos, particularmente aquelas com cardiopatia, diabetes ou doenças respiratórias.

É importante deixar claro que pessoas com diabetes não tem maior risco de infecção, mas sim pode ter adoecimentos com maior gravidade pela COVID-19.

Diabéticos vulneráveis e que provavelmente terão resultados piores se contraírem COVID-19 são aquelas  pessoas com longa história de diabetes, mau controle metabólico, presença de complicações e doenças concomitantes e especialmente os idosos acima dos 60, independente do tipo de diabetes. O risco de complicações na pessoa com diabetes bem controlado é quase igual ao das pessoas sem diabetes, tanto para o diabetes tipo 1 quanto para o tipo 2.

Se a pessoa que tem diabetes estiver com suspeita de ter o Coronavírus, o que deverá fazer?

É importante seguir todo o protocolo de isolamento dentro da sua própria casa inicialmente durante 14 dias. É fundamental fazer a monitorização das glicemias capilares mais frequentemente de acordo com a orientação médica.  A COVID-19, que geralmente causa  febre, aumenta as glicemias, podendo descompensar o diabetes ocorrendo maior necessidade de tomar líquidos (água) para evitar uma desidratação também. Caso os sintomas piorem, ou se a pessoa apresentar falta de ar (desconforto respiratório), deverá procurar um dos hospitais indicados para o tratamento do Coronavírus.

As pessoas com diabetes, além dos sintomas respiratórios esperados de COVID-19, também correm maior risco de descompensação metabólica enquanto tentam autogerenciar o diabetes em casa.

Por isso a importância de:

– Garantir que os pacientes tenham suprimentos adequados da sua medicação;

– Garantir que os pacientes tenham um suprimento aumentado de equipamentos de monitorização neste período. Isto é especialmente importante para quem precise de materiais para monitorar cetonas.

Quatro pontos para aconselhamento geral para o gerenciamento de diabetes durante doenças intercorrentes: Açúcar, Insulina, Carboidratos e Cetonas.

 Açúcar:

A baixa imunidade na pessoa com diabetes está ligada à elevação do açúcar no sangue, não à falta de produção de insulina. Por isso o controle da glicemia, através de monitorização, uso adequado da insulina ou medicação oral, alimentação equilibrada e exercício físico, vai permitir que a pessoa com diabetes enfrente o coronavírus com menos riscos à sua saúde.

– Os níveis de glicose no sangue podem subir perante o Covid-19.

– Aconselha-se a aumentar a monitorização da glicemia sanguínea, se a pessoa tiver acesso a ela;

– Medicamentos para diabetes (sulfonilureias e doses de insulina) podem precisar ser aumentados temporariamente durante a doença para gerenciar esses níveis elevados de glicose.

 Insulina:

– NUNCA interrompa o uso de insulina ou medicamentos via oral;

– As doses de insulina podem precisar ser aumentadas durante a doença, especialmente se as cetonas estão presentes.

Carboidratos:

– Garanta que a pessoa mantenha a hidratação e a ingestão adequada de carboidratos; – Se a pessoa não puder comer ou estiver vomitando, recomenda-se substituir as refeições por fluidos açucarados a fim de evitar hipoglicemias;

– Se os níveis de glicose no sangue estiverem altos, mantenha a ingestão de líquidos sem açúcar (água);

– Se os níveis de glicose no sangue estiverem baixos, incentive a ingestão regular de líquidos com açúcar.

Cetonas:

– No diabetes tipo 1, recomenda-se checar cetonas a cada 4-6 horas; Se o resultado for positivo, verifique a cada 2 horas;

– Administre doses extras de insulina de ação rápida (além das doses regulares) com base em dose total diária de insulina se houver cetonas.

– Aconselhe a pessoa a beber bastante água para manter a hidratação a fim de evitar cetonas.

Se o paciente estiver vomitando ou incapaz de ingerir líquidos e/ou controlar os níveis de glicose no sangue ou cetonas, deve procurar aconselhamento médico com urgência e não parar com as doses de insulina mesmo se não estiver se alimentando.

O  controle glicêmico é a chave para o sucesso, monitorar frequentemente sua glicemia e ajustar medicações em geral ou insulinas – sempre com orientação médica – são procedimentos que podem prevenir complicações não apenas desta nova virose como também do próprio diabetes.

Observação

“A Sociedade Brasileira de Diabetes  não recomenda a compra para estoque de insumos para diabetes tais como insulinas, canetas, cateteres ou cânulas de bomba pelo receio de falta de materiais justificado por alguns pacientes. Também não recomenda qualquer tratamento para “aumentar a imunidade”. A SBD está disponível para esclarecer qualquer dúvidas aos diabéticos  através do seu site.“

Todas as pessoas, consideradas grupo de maior risco ou não, devam seguir as mesmas orientações gerais para evitar o contágio e seguir todas as orientações cientificamente comprovadas..

Fontes – Juliana da Silva Souza, SBD, IDF, Su Down, COVID-19 and diabetes. Journal of Diabetes

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