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MUNDO EM ALERTA, ÔMICRON A NOVA VARIANTE DO CORONAVÍRUS QUE PODE ESCAPAR DAS VACINAS !

Ômicron é o nome da nova variante do coronavírus que surgiu na África do Sul, e assim como a cepa original que rapidamente se espalhou à Ásia e, a todos os continentes, o temor hoje é que a nova cepa já esteja viajando pelo planeta. A África do Sul, é oficialmente o país mais afetado pela pandemia no continente africano, com mais de 2,9 milhões de casos e mais de 89.600 mortes. A pandemia global é atualmente dominada pela propagação da variante altamente contagiosa denominada de Delta, detectada pela primeira vez na Índia. A covid-19 já provocou pelo menos 5.165.289 mortes em todo o mundo, entre mais de 258 milhões de infecções pelo novo coronavírus registradas desde o início da pandemia, em fins de 2019.

Estudos sobre o genoma do Ômicron pode demorar semanas

 Ômicron, é a décima quinta letra do alfabeto grego, sendo que cada letra tem sido usado pela OMS-Organização Mundial da Saúde- para denominar uma variante virótica da covid. Em seu comunicado de alerta global a OMS considerou de alta “preocupação” o surgimento desta cepa e destacou a “grande capacidade de mutações, algumas das quais extremante preocupantes”. Sobre as quais ainda se desconhece em quais níveis de perigos  se podem potencializar a letalidade do vírus e solicitou que os laboratórios envolvidos na fabricação das vacinas estudassem com urgência a nova Cepa para “ter todos os sequenciamento” da estirpe, de modo a fazer as sequências completas do seu genoma, indicou também ciência que são necessárias “várias semanas” para conhecer os estudos do nível de risco e transmissibilidade da nova estirpe.

De fato concreto a reinfecção de pessoas por esta nova estirpe é fato, dados divulgados pela presidência do país, sugerem também “um risco acrescido de reinfecção”, segundo os cientistas Sul Africanos, em comparação com outras variantes reconhecidas de ‘elevada preocupação”, pessoas que tinham sido infectadas pelas variantes, Beta e Delta, voltaram a se infeccionar com a Ômicron, que está espalhando por todas as províncias da África do Sul, mas é possível que esteja disseminada no  continente, sendo pouco o que se sabe até o momento. Neste contexto de reinfecção, os cientistas não têm a certeza da eficácia das vacinas anticovid-19 contra esta nova forma do vírus.

Mutações frequentes

 Com alto número de mutações, essa cepa tem colocado autoridades, países e cientistas em alerta máximo, porque teoricamente algumas das mutações podem de fato ajudar o vírus a escapar à imunidade de vacinas. O virologista Lawrence Young, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, disse, citado pela agência noticiosa AP, que se trata da “versão do vírus com maior número de mutações” genéticas. E o significado de muitas delas é ainda desconhecido.

As vacinas Biontech/Pfizer usam a inovadora tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), sequência genética sintética que codifica a proteína spike. Ao entrar no organismo, o mRNA instrui as células a produzir a proteína, que será reconhecida como agente invasor pelo sistema imunológico e combatida com anticorpos que, mais tarde, servirão para enfrentar uma eventual infecção.

Tom Peacock, virologista do Imperial College London, classificou as mutações como “realmente terríveis” e revelou vários detalhes da nova variante, afirmando que “a quantidade incrivelmente alta de mutações na proteína spike sugere que isso pode ser uma preocupação real”. A proteína Spike, é uma espécie de coroa de espinhos que reveste o Sars-CoV-2 e é usada pelo vírus para atacar as células humanas.

Como a maior parte das vacinas disponíveis e aplicadas no ocidente – inclusive a da Pfizer – se baseia nessa proteína, existe o temor de que a Ómicron possa escapar dos anticorpos gerados pelos imunizantes. “Como é da natureza do vírus sofrer mutações frequentes e aleatórias, não é incomum que surjam pequenos números de casos apresentando novas mutações. Quaisquer variantes que apresentem evidências de propagação são avaliadas rapidamente”, acrescentou ao The Guardian

Médica cuidado de paciente covid-Ômicron na
África do Sul

Preocupação significativa

Ravi Gupta, professor microbiologista da Universidade de Cambridge, afirmou que o seu trabalho em laboratório revelou duas mutações na Ômicron que aumentam a infecção e reduzem o reconhecimento de anticorpos. “Parece certamente uma preocupação significativa com base nas mutações presentes”, disse.

Pesquisadores do College London, consideram que o grande número de mutações na variante, aparentemente acumuladas num “único surto”, sugere que esta cepa pode ter evoluído durante uma infecção crônica em uma pessoa com o sistema imunológico enfraquecido, talvez um doente com aids não tratada ou com outra grave imunodeficiência.

A OMS sempre solicitou que pesquisas relativas a novas vacinas contra a covid permanecem em estudo, em especial as direcionadas as novas mutações do Covid 19, sendo o   vírus mutante todas as informações sobre as novas cepas devem serem estudas, em especial em mutação que pudessem reinfeccionar as pessoas parcialmente vacinadas ou que tenham a capacidade de burlar a imunização das vacinas.

Segundo a BioNTech, essa cepa, também chamada de B.1.1.529, “difere claramente das variantes já conhecidas porque tem mutações adicionais na proteína spike”. Ainda não há, porém, confirmação científica de que a variante esteja ligada a escape vacinal, porém nos relatos da evolução da pandemia na África do Sul se percebe que ela e mais transmissível que a variante Delta, a Ômicron conforme divulgado pelo ministério de saúde  da África do Sul é altamente contagiosa é tem até o momento mais de 50 mutações confirmadas  e pode estar bem mais disseminada do que aparenta.

O laboratório alemão BioNTech, parceiro da Pfizer na produção de vacinas contra o Coronavírus, informou, nesta sexta-feira, 26 de novembro, que espera ter, em até duas semanas, os primeiros resultados dos estudos que vão determinar se a nova variante da covid-19 identificada, realmente é capaz de escapar da proteção oferecida pelo seu imunizante. “Desde o início temos estudados sobre a variante detectada na África do Sul que “difere claramente das variantes já conhecidas porque tem mutações adicionais na proteína spike”, característica do vírus SARS-Cov-2, explicou o porta-voz da BioNTech à agência noticiosa AFP.

A farmacêutica americana Pfizer anunciou que levaria cerca de 100 dias para desenvolver e produzir uma vacina sob medida para a nova variante a Ômicron Sars-CoV-2. E considerou que a farmacêutica já estava preparando-se, há vários meses, para “ajustar a suas vacinas em semanas e administrar (fabricar) milhões de doses em 100 dias” se uma variante considerada resistente venha a surgir.

A entrega das primeiras doses ajustadas, conforme a Pfizer, se fizer necessário para um recomeço de vacinação poderiam ser feito em cerca de cem dias. A Pfizer é um dos quatro imunizantes usados na campanha nacional de vacinação do Brasil, junto de CoronaVac, AstraZeneca e Janssen. Ainda não existem informações sobre o desempenho dessas outras marcas ante a nova cepa identificada já que as feitas com o vírus atenuado teoricamente tem um prevenção maior contra mutantes, sendo que estudos sobre todas as vacinas serão feitas, a do imunizante da Pfizer se levantou de imediato o questionamento pois a mesma está sendo usado em larga escala no pais. No momento as apreensões vão continuar até que estudos científicos sobre a nova cepa e sua relação com todas as vacinas se tornem público.

Com a chegada do frio no continente Europeu e a disseminação em massa da variante Delta originando a 4º onda da Covid no continente, a OMS já vinha alertando que não era o momento de arrefecer as medidas preventivas pois a pandemia e a circulação do vírus é global. Tendo inclusive solicitado aos países ricos que façam mais esforços para o auxílio na compra e doação de vacinas para os países pobres, inclusive para evitar novas mutações do vírus. Também o Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC na sigla em inglês) já havia reiterado essas ações.

Até quando a era coronavírus irá?

 François Balloux, professor de biologia de sistemas computacionais da University College London, disse: “Por enquanto, ele deve ser monitorado, controlado e analisado de perto, mas não há razão para se preocupar excessivamente, ao menos que comece a aumentar de frequência em um futuro próximo. “. “Em certo sentido, pagamos um preço muito alto por estarmos muito longe no caminho para ter um alto nível de imunidade na população mundial”, disse ele.

Os cientistas permanentemente monitorizam as sequências genéticas do SARS-CoV-2 em busca de mutações que o podem tornar a Covid mais contagioso ou mortal, mas precisam de tempo para determinar se existe uma correlação entre um certo padrão de infeções num surto e as sequências genéticas.

A detecção e divulgação da nova variante da Covid-19 pelos cientistas sul-africanos originou a proibição imediata de voos da África do Sul, países da África Austral, incluindo Moçambique, por parte dos governos do Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos, Singapura e o anúncio de restrições para outros países da região.

Essa  nova variante do Coronavírus  a  Ômicron  já foi também identificada na UE. Depois do anúncio das autoridades sul-africanas, na quinta-feira, a Bélgica anunciou na sexta-feira ter confirmado também um caso da nova variante numa pessoa que viajou ao estrangeiro, e que testou positivo à Covid  em 22 de novembro, segundo o ministro da Saúde belga Frank Vandenbroucke

No Brasil a agência nacional de vigilância sanitária (Anvisa) divulgou novas recomendações sobre viagens ao Brasil. As diretrizes trazem avaliações do órgão sanitário sobre os protocolos que devem ser adotados para a entrada no país. Em notas técnicas, a Agência defende que a política para as fronteiras seja revista, com o estabelecimento da cobrança de prova de vacinação para turistas e outros viajantes que desejam vir ao país de avião ou por via terrestre, em combinação com protocolos de testagem.

Referências :

 OMS

AFP

O Observador-PT

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