Endometriose: saiba o que é, como cuidar e prevenir
Mulheres de todas as idades ainda sofrem desse mal, que compromete não apenas a qualidade de vida, mas também afeta a vida sexual e a fertilidade. Acredita-se que a endometriose acometa cerca de 175 milhões de mulheres em todo o planeta.
Que doença é essa?
O endométrio é o tecido que recobre a parte interna do útero. Ele é especialmente sensível durante os ciclos menstruais, pois é em sua superfície que os óvulos são depositados à espera da fecundação. Quando a fecundação não ocorre o tecido do endométrio é expelido e renovado, iniciando um novo ciclo hormonal na mulher.
O problema aparece quando esse tecido muda de lugar. Em algumas mulheres o endométrio sofre uma migração celular para fora do útero. Essa modificação biológica é a endometriose, que pode ocasionar sangramentos, infecções e até complicações mais sérias como dores crônicas e problemas em outros órgãos.
O que causa a endometriose?
Não há um consenso sobre as causas dessa doença. Mulheres com casos de endometriose na família possuem até sete vezes mais chances de apresentar a doença em sua vida adulta.
Outro fator que pode desencadear a doença é a produção da enzima aromatase, responsável pelo estrógeno, principal hormônio feminino. Em algumas mulheres esse composto é produzido em quantidades maiores que as normais. Daí surge a necessidade de um bom acompanhamento médico e de exames regulares.
Vale lembrar também que a endometriose está diretamente ligada ao sistema imunológico. Mulheres com alimentação mais saudável, que praticam exercícios físicos moderados e regulares e em dia com seus exames ginecológicos possuem muito menos chances de desenvolver esse problema.
Existe apenas um tipo de endometriose,
ela pode causar infertilidade?
Podem ocorrer diversos tipos de endometriose. O tecido pode migrar para diferentes pontos do corpo, sendo mais comum a região da cavidade pélvica. A endometriose pode ocorrer ainda nos ovários, peritônio (tecido que recobre os órgãos), intestino, ligamentos útero-sacros (que ficam atrás do útero) e tecidos da região retro cervical (que ficam atrás do colo do útero). Em alguns casos raros já se observou a presença do endométrio na bexiga e até mesmo nos pulmões.
A endometriose altera a anatomia e a dinâmica do útero, causando diversas complicações que variam de acordo com o estágio da doença. Esse quadro é agravado principalmente pelo diagnóstico tardio. Ou seja, muitas mulheres passam a vida inteira sofrendo com a doença e demoram a efetuar o tratamento. Quando detectada precocemente as chances de a endometriose comprometer o aparelho reprodutor feminino são bem menores.
A endometriose pode ser uma doença silenciosa e assintomática ou bastante desconfortável – isso dependerá de cada pessoa, do estágio da doença e de outros fatores como idade, condição física etc. De um modo geral o principal sintoma são as cólicas menstruais mais doloridas. Outros sintomas comuns são sangramento mais acentuado durante a menstruação, dores ao urinar ou evacuar, fadiga intensa, desconforto abdominal e dor durante ou depois da relação sexual.
Quais os riscos da doença?
Dentre os fatores ligados aos quadros clínicos podemos listar:
Dores e cólicas: mulheres com endometriose sofrem de cólicas menstruais mais longas e bastante dolorosas, prejudicando a qualidade de vida.
Infertilidade: boa parte das mulheres com esse mal sofrem também de infertilidade ou sérias dificuldades para engravidar.
Problemas sexuais: a dor no momento do ato sexual ou após o mesmo são comuns para as pacientes com essa doença.
Infecções: a presença do endométrio em outros órgãos pode desencadear uma série de infecções graves.
Riscos durante a gravidez: um estudo realizado pela Universidade do Alabama demonstrou que a endometriose pode causar complicações também durante a gravidez.
Como a endometriose é diagnosticada?
Podemos diagnosticar a endometriose através de uma série de procedimentos:
Exame físico: trata-se de um exame inicial, geralmente realizado por um médico especialista, para a detecção de eventuais dores ou desconfortos na área abdominal.
Exames de imagem: os exames de ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve são os mais recomendados para um diagnóstico preciso.
Exames laboratoriais: em alguns casos pode ser feita uma laparoscopia, pequena cirurgia para retirada de parte do tecido do endométrio.
Alguns casos são tratáveis através de medicamentos contra a dor e controle hormonal dos ovários. Outros casos podem demandar uma cirurgia para remoção do endométrio.
O que fazer para prevenir?
A Ela pode ocorrer graças a uma conjunção de hábitos pessoais, fatores genéticos e outros elementos. Uma boa prevenção deverá contar com os seguintes fatores:
Boa alimentação, Pratique exercícios e menos estresse: o estresse é um dos fatores desencadeantes de diversos processos hormonais, que podem interferir no aparecimento da endometriose.
Saiba o seu histórico familiar: a endometriose está diretamente ligada a fatores genéticos. Se sua família conta com casos da doença há grandes chances de que você possa desenvolver o problema. A dica é conversar e se prevenir. Os exames preventivos são potencialmente eficazes, representam mais tranquilidade e economia.