Pesquisa mostra que 29% dos pais deixaram de imunizar os seus filhos em 2020, em queda há cinco anos, as coberturas vacinais não atingem nenhuma meta no calendário infantil desde 2018, segundo o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Vacinas importantes como a Hepatite A e B, e Rotavirus registraram queda de 35%.
São vacinas gratuitas, disponibilizadas nos postos de saúde, e mesmo assim cerca de 29% dos pais deixaram o calendário de vacinação de seus filhos atrasar, muitos dos entrevistados alegaram não terem ido ao postos de saúde, por medo da Covid-19. A pesquisa do Ibope foi encomendada pela farmacêutica Pfizer. O levantamento demonstrou, por exemplo, que enquanto o coronavírus é temido por 75% dos responsáveis, a meningite era uma preocupação apenas para 57% deles e a poliomielite, 52%. Na verdade hoje em dia vários pais nunca ouviram falar em pólio, sarampo, varíola, peste branca e etc., por isso, não entendem a gravidade do risco, fator este que tem contribuído para reduzir a taxa de vacinação materno infantil
Mesmo a gripe, que tem variedades particularmente agressivas em crianças, pontuou abaixo na pesquisa, com apenas 9% dos pais se mostrando preocupados. Realizada em fins do ano de 2020 o levantamento foi divulgado agora para coincidir com o início do ano letivo. A ideia, segundo a Pfizer, é que os números sirvam de alerta para o fato de que os estudantes, com atraso vacinal, vão correr mais riscos com outras doenças que circulem na escola do que com o coronavírus, que na verdade não costuma afetar crianças com tanta gravidade. Uma dessas doenças é o sarampo que erradicada no Brasil em 2016, voltou a ser uma preocupação sanitária já que nos dois últimos anos foram registados 53 mil novos caso com 27 óbitos confirmados, além de ser fatal se não diagnosticada a tempo, as complicações do sarampo podem deixar sequelas, se contraído na infância, incluindo a cegueira, surdez, diminuição da capacidade mental e retardo do crescimento.
Não bastará doravante somente disponibilizar as doses de vacina nos postos de saúde, pois a realidade tem comprovado que apenas isso não é suficiente, simplesmente porque as pessoas não comparecem. Os índices de vacinação contra a gripe e outras doenças também têm ficado abaixo da meta nos últimos anos. O fenômeno ocorre também em outros países, e um dos motivos seria a disseminação de fake news e campanhas antivacinas por parte de entidades religiosas. Daí a importância de informações precisas, para combater a epidemia de mentiras, e de boas estratégias para elevar os índices de vacinação.
Deve-se aproveitar o momento de conscientização de que vacinas salvam vidas e se ter mobilização, por parte das autoridades de saúde, a classe médica e das entidades de saúde, para zerar esse passivo do atraso. Uma das ideia a ser posta em prática é a vacinação nas maternidades, outra será a exigência do cartão de vacinação atualizada das crianças para a feitura de matricula escolar, entre outras necessárias iniciativas. Não é concebível que pessoas morram, enquanto doses da vacinas permanecem estocadas para uso.