No seu surgimento, a grande preocupação da variante Ômicron se devia ao grande número de mutações deste vírus, muitas das quais na sua proteína spike, a parte do vírus responsável por ajudá-lo a invadir as células hospedeiras. Essas mutações, permitem que o vírus infectasse facilmente não apenas pessoas não vacinadas, mas também evitasse respostas de anticorpos de infecções e vacinas anteriores. Mas a questão X permanecia, como o Ômicron atacaria o corpo humano depois de passar pelas primeiras linhas de defesa.
Analisando os adoecimentos verificou-se que (vários fatores ainda desconhecidos) a variante Ômicron é menos virulenta, ou letal, do que as cepas anteriores do Covid-19. Normalmente as infecções por Covid começam no nariz e se espalham pela garganta. Uma infecção leve não vai muito além do trato respiratório superior, mas se o vírus atingir os pulmões, geralmente é quando os sintomas mais graves ocorrem. No caso da Ômicrom o vírus se desenvolve mais nas vias aéreas, não nos pulmões. Em comparação com a variante Delta, a Omicron se multiplica 70 vezes mais rapidamente nos tecidos que revestem as passagens das vias aéreas, o que facilita a disseminação de pessoa para pessoa. Mas nos tecidos pulmonares, a Ômicron se replica 10 vezes mais lentamente do que a versão original do coronavírus, o que pode contribuir para adoecimentos menos graves.
Essas informações acima fazem parte de um estudo da Universidade de Hong Kong, coordenada pelo Dr. Michael Chan Chi-wai,lo após o surgimento da nova variante e acabaram se confirmando. Na época ele fez um alerta “É importante observar que a Omicron pode escapar parcialmente da imunidade das vacinas, isso faz a ameaça da variante Ômicron ser muito contagiosa e significativa já que os adoecimentos em cada humano individualmente não é determinada apenas pela replicação do vírus. “
Todos os cuidados ainda continuam sendo pouco
Pessoas infectadas que não apresentam sintomas estão contribuindo significativamente para a transmissão do vírus da COVID-19, pesquisadores reuniram dados de 77 estudos anteriores envolvendo um total de 19.884 pessoas com infecções confirmadas. Eles descobriram que, entre as pessoas infectadas, cerca de 40% eram assintomáticas. A porcentagem combinada de infecções assintomáticas foi de cerca de 46% na América do Norte, 44% na Europa e 28% na Ásia. A alta porcentagem de infecções passadas por assintomáticas destaca a necessidade de testes em massas para enfrentar a ômicron , já que certamente o vírus terá um índice de assintomáticos acima do 60% e os testes são a única forma de rastrear assintomáticas e coloca-los sobre isolamento, para evitar um caos(colapso) no sistema de saúde o que se ocorrer poderá ampliar as taxas de mortalidade, devido a impossibilidade de tratamentos médicos.
Regras do isolamento profilático.
Se teve um resultado positivo num teste à covid-19 deve ficar em isolamento profilático, mesmo que não apresente qualquer sintoma da doença. Isso evitará que você espalhe o vírus! Não há necessidade de ir ao hospital para confirmar o resultado do teste se não apresenta sintomas. Caso apresente sintomas, vá ao posto de saúde de seu bairro, ou a um hospital. Os principais sintomas da covid-19 são tosse, febre (igual ou superior a 38.º, dores de cabeça, dores musculares, dificuldade respiratória e perda de olfato e paladar.
Usar máscara bem ajustada ao rosto em casa ou em público.
Evitar contato com pessoas imunocomprometidas ou com fatores de risco para agravamento da Covid-19, como também locais com aglomerações de pessoas.
Não frequentar locais onde não possa usar máscara durante todo o tempo, como restaurantes e bares; e evitar comer próximo a outras pessoas, tanto em casa como no trabalho.
Não viajar durante o seu período de isolamento de cinco dias após o início dos sintomas. Após esse período, orienta-se fazer teste,preferencialmente teste rápido de antígeno, e só viajar se o resultado for negativo e que esteja sem sintomas antes da viajem. Caso não for possível realizar o teste, orienta-se adiar a viagem por, pelo menos, 10 dias a contar do início dos sintomas.
Quem deve estar em isolamento? Quanto tempo?
Pacientes com suspeita de Covid-19, que chegam ao quinto dia da infecção com ausência de sintomas respiratórios e febre, sem uso de antitérmico por mais de 24 horas, podem realizar o teste – antígeno ou PCR. Caso o resultado seja negativo, ele pode abandonar o isolamento. Se der positivo, deverá permanecer recluso, ao menos, até o décimo dia e no fim repetir o teste.
Se, por outro lado, for assintomático, mantenha o isolamento de 5 dias e siga as normas do autocuidado.
Pessoas infectadas, que testaram positivo para a Covid-19 e ainda apresentam sintomas, mesmo após o décimo dia da doença, devem permanecer isoladas até os sintomas desaparecerem.
Estive com uma pessoa que está infectada. Sou contato de alto risco?
No caso de ter estado esporadicamente ou momentaneamente com uma pessoa infectada – seja num jantar, no seu local de trabalho ou numa sala de aula -. Deve-se a partir do momento que descobriu que esteve com uma essa pessoa infectada, realizar um primeiro teste e um segundo teste passados sete dias. Deve monitorizar o aparecimento de sintoma associados à covid-19 até nos 14 dias seguintes ao último momento em que esteve com a pessoa, fazer a testagem, reduzir os seus contatos e utilizar máscara nos espaços interiores e exteriores, não compartilhar roupas, banheiros, talheres, lavar as mãos constantemente e etc.
Em que situações tenho de ficar em isolamento profilático?
O isolamento obrigatório aplica-se às pessoas que estão infectadas com covid-19 , caso contaminado, o isolamento profilático tem um período indicado de cinco a sete dias, a contar da confirmação. Se houver a possibilidade do contaminado gerar cadeias de transmissão que incluam pessoas com risco de desenvolver doença grave, que fazem parte do grupo de risco de idosos e pessoas com comorbidades o isolamento poderá ser prolongado até ao 14.º dia.
Caso tenha tido contato com uma pessoa infectada, mas seja classificado como de baixo risco, (já tomou as duas doses de vacinas) não necessita de ficar em isolamento. Deve, no entanto, reduzir as interações com outras pessoas e as limitar as deslocações ao essencial.
Quando termina o isolamento?
O final do isolamento profilático depende do grau da doença e dos sintomas que teve.
Quem testou positivo mas é assintomático – ou seja, não tem sintomas – deverá fazer um isolamento mínimo de cinco dias. Se desenvolver doença moderada, o período sobe para 10 dias; no caso de doença grave aumenta para 20 dias. Os pacientes com imunodepressão devem também cumprir o período máximo de 20 dias. O isolamento profilático começa a contar a partir do primeiro dia dos sintomas ou, caso não haja, do dia em que foi confirmada a infeção.
O final do isolamento é determinado pela ausência de febre ou quaisquer sintomas – sem recurso a uso de medicação – durante três dias seguidos.
Houve um caso positivo no meu trabalho/escola do meu filho. O que devo fazer?
As pessoas que estão em contato com um caso positivo em contexto laboral ou letivo não ficam obrigadas ao isolamento, uma vez que não são consideradas contatos de alto risco(não residem juntas, etc) mas devem fazer o teste.
No caso das escolas, caso seja identificado um aluno positivo, os restantes da turma não são colocados em isolamento, ficando apenas isolado o aluno infectado e os respetivos membros da família que com ele coabitem.
A Importância da vacina, sempre ser vacinado!
Estudos constataram que apenas duas doses de quaisquer vacinas fornecem níveis baixos de proteção; apesar disso, as doses de reforço da Covid-19 dão uma proteção estimada de 70% a 75% contra doenças da variante Ômicron, afirma a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA, em inglês).
“Essas estimativas iniciais devem ser tratadas com cautela, mas indicam que alguns meses após a segunda dose, há um risco maior de pegar a variante Ômicron em comparação com a cepa Delta”, disse a Mary Ramsay, chefe de Imunização da UKHSA, acrescentando que a proteção contra doenças graves deve permanecer maior. Em uma análise de 581 pessoas infectadas pela Ômicron, duas doses de vacinas AstraZeneca e Pfizer/BioNTech forneceram níveis muitobaixos de proteção contra infecção sintomática em comparação com o que fornecem contra a Delta. A pesquisa também relata uma baixa efetividade da vacina, da Moderna e Janssen.
Um estudo na África do Sul descobriu que os pacientes internados no hospital durante a quarta onda do vírus dominada por omicron tinham 73% menos probabilidade de ter doença grave do que os pacientes internados durante a terceira onda dominada pelo delta. “Os dados são bastante sólidos agora que as hospitalizações e os casos foram separados”, disse Wendy Burgers, imunologista da Universidade da Cidade do Cabo.
Vacinação e testes são fortemente recomendados
Uma nova análise de mais de um milhão de casos de COVID-19 no Reino Unido descobriu que o risco de hospitalização para aqueles com a variante Omicron do coronavírus é cerca de um terço do da cepa Delta.A maioria ficam com sintomas leves ou assintomaticomostram novos dados do Reino Unido
Basicamente a Ômicrosn não provoca sintomas em as pessoas que tenham sido vacinadas com a dose de reforço (a menos de 4 meses) ou as que tenham recuperado da doença há menos de seis meses, essas são consideradas contato de baixo risco de adoecimento, mesmo que coabitem com a pessoa infetada.
O estudo pela Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, juntamente com a unidade MRC Biostatistics da Universidade de Cambridge – examinou 528.176 casos de ômicron e 573.012 infecções Delta. “Nesta análise, o risco de hospitalização é menor para casos de Omicron com infecção sintomática ou assintomática após duas e três doses da vacina, com uma redução de 81% … no risco de hospitalização após três doses em comparação com casos de Ômicron não vacinados,”.
“Ainda é muito cedo para tirar quaisquer conclusões definitivas sobre a gravidade hospitalar, e o aumento da transmissibilidade do Ômicron e o aumento de casos na população com mais de 60 anos, significa que continua sendo altamente provável que haja uma pressão significativa sobre o sistema de saúde de todos os países”. disse Susan Hopkins, consultora médica chefe da UKHSA.
“O ponto principal é: não tire as máscaras ainda e seja vacinado, vacinado, vacinado, vacinado – e façam testes”, a “Õmicrom pode não ser tão fatal para você a outros não e outras variantes incluindo a Delta ainda estão circulando” afirma a diretora sobre as lições do enfrentamento da Ômicron no Reino unido.
Referências
Reuters
DW
Protocolo covid- Brasil