HIPOGLICEMIA EM DIABÉTICOS: O QUE FAZER?

As doenças de diabetes são uma enfermidade crônica que atinge milhões de pessoas no Brasil e no mundo e que precisa ser diagnosticada e tratada corretamente a cada caso.

Saiba o que pode provocar hipoglicemia numa pessoa com diabetes e como a identificar e corrigir rapidamente.

A hipoglicemia é a presença de níveis excepcionalmente baixos de açúcar (glicose) no sangue. É definida como um valor de glicose no sangue abaixo de 70 mg/dL.

A diminuição do nível de glicose do sangue para valores inferiores aos normais pode ocorrer nas pessoas com diabetes por diversos motivos, entre os mais comuns:

Atraso de uma refeição;

Excesso de exercício físico;

Stress relativo a cansaços;

Consumo de álcool;

Administração de uma dose excessiva de insulina ou erro de administração na dose continua de insulina ;

Mudança de insulina, de antidiabéticos orais ou uso indevido de medicamentos sulfunilureias.

A hipoglicemia também pode ocorrer depois que a pessoa exagerar em comer uma refeição contendo uma grande quantidade de carboidratos (hipoglicemia reativa), se o organismo produzir mais insulina do que é necessário.

Outros fatores clínicos.

Causas muito menos comuns da hipoglicemia incluem casos raros de tumores produtores de insulina no pâncreas e pessoas que fizeram algum tipo de cirurgia bariátrica.

Se um medicamento para diabetes estiver causando a hipoglicemia, a dose deve ser ajustada ou o medicamento deve ser alterado.

Quais são os sintomas de hipoglicemia?

Os primeiros sintomas de hipoglicemia são os autonómicos e podem ser semelhantes aos de um ataque de ansiedade: transpiração, nervosismo, tremores, desfalecimento, visão turva, palpitações e, por vezes, fome.

Nas hipoglicemias leves e moderadas o doente não perde a consciência, reconhece os sintomas e pode corrigir atempadamente a crise.

Quando há hipoglicemias graves, o doente perde capacidade de reação e devem ser as pessoas que estiverem ao lado do diabético a reverter o quadro.

Corrigir a hipoglicemia

As pessoas com diabetes devem ter sempre consigo alguns pacotes de açúcar,(esses pacotinhos de açúcar que são ofertados em lanchonetes, cafeteria e etc).

A correção da hipoglicemia deve ser feita com açúcar e não com um alimento rico em açúcar, como bolos, doces ou chocolates, pois estes contêm gordura e esses alimentos atrasam a imediata absorção do açúcar. O que se pretende é que a absorção seja imediata. Existem também géis próprios para este efeito.

Hipoglicemia moderada

Quando surgem os primeiros sintomas de hipoglicemia, a primeira atitude deve ser confirmar a hipoglicemia através da medição do valor de glicose.

Se a glicemia capilar for inferior a 70 mg/dL, a hipoglicemia deve ser corrigida da seguinte forma:

Ingerir açúcares, um pacotinho ou uma colher pequena, colocado na boca ou diluídos num copo com pouca água;

Repetir a medição da glicemia capilar cerca de 5 minutos depois;

Se o valor ainda não estiver normalizado, repetir a operação de ingestão de açúcar até os valores normalizarem;

Depois de a glicemia capilar estar novamente normal, comer hidratos de carbono de absorção lenta, como pão ou bolachas de água e sal (3 ou 4), tostas (3 ou 4) ou massa;

Repetir a medição da glicemia capilar cerca de uma hora depois;

A alimentação sadia aliada a uma medicação correta, evita a hipoglicemia.

Se os valores não estabilizarem apesar das várias tentativas, dirigir-se a um serviço de urgência hospitalar.

Hipoglicemia grave

A hipoglicemia mais grave reduz o fornecimento de glicose para o cérebro e provoca tonturas, fadiga, fraqueza, dores de cabeça, incapacidade de concentração, confusão, comportamento inadequado que pode ser confundido com embriaguez, alterações da fala, visão turva, convulsões e coma.

Numa hipoglicemia com alteração do estado de consciência ou mesmo com desmaio (doente inconsciente), têm de ser os acompanhantes a atuar e estes devem:

Deitar a pessoa em hipoglicemia de lado, em segurança;

Colocar no interior da bochecha uma pacotinho de açúcar;

Se estiver disponível, administrar glucagon, 1 mg por via intramuscular ou subcutânea, ele é administrado por injeção ou por meio de inalador nasal e geralmente normaliza os níveis de glicose no sangue no prazo de cinco a quinze minutos; A administração de glucagon estimula o fígado a liberar glicose. Os kits de glucagon são fáceis de usar, e familiares podem ser previamente instruídos para administrar o glucagon.

Após uma crise grave hipoglicemia deve-se ir a um hospital ou a um médico para exames, diagnosticar a causa e/ou reavaliação do tratamento.

Consequências da hipoglicemia

É muito importante que as pessoas com diabetes conheçam bem os riscos e efeitos prejudiciais da hipoglicemia.

A hipoglicemia pode ter várias consequências, por exemplo:

Episódios agudos de doença cardiovascular, como um infarto, acidentes vasculares cerebrais, alterações da condução elétrica do coração;

Acidentes, traumatismo como quedas ou acidentes graves se o diabético estiver dirigindo ou operando máquinas na hora do surto.

Quando as hipoglicemias deixam de ser sintomáticas e o doente tem tido muitos episódios de hipoglicemia. Nestes casos, o risco de ocorrer uma hipoglicemia grave é alto.  Sendo importante consultar um médico para exames e novas prescrições de tratamento.

A forma de recuperar a sensibilidade à hipoglicemia é precisamente evitando que estes episódios ocorram. Por isso, é essencial a medição frequente da glicemia, a correta administração da medicação e uma alimentação polifracionada.

O que é uma alimentação polifracionada

É uma alimentação saudável com várias pequenas refeições ao longo do dia, com intervalos de 3 a 4 horas, esse escalonamento fornece energia de formar regular para o organismo, favorecendo a manutenção dos níveis de glicose no sangue e a estabilização do metabolismo.

Bebidas: água! Recomenda-se beber em intervalos perfazendo 1,5lts a 2lts por dia.

O controle diário é fundamental

A longo prazo, os episódios frequentes de hipoglicemia se não tratados podem representar morte significativa de neurónios (células do sistema nervoso), com alterações a nível cognitivo.

Fonte- Manual MSD

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