CANABIDIOL, O CBD NA MEDICINA

O Canabidiol (CBD) é um dos compostos químicos (canabinóide) extraído das plantas cannabis, sendo matéria prima para inúmeros produtos medicinais, alimentares, cosméticos, bem estar e industriais.

Na medicina antiga os povos chineses e indianos usavam as várias espécimes das plantas cannabis, ricas em canabidiol – CBD – para tratarem de inúmeros adoecimentos. Existindo inclusive vários receituários registrados desde o início destas duas civilizações. Nativa da Ásia, no decorrer dos séculos as plantas cannabis foram cultivadas globalmente para diversos fins, surgindo milhares de relatos que descreveram o uso das plantas cannabis na saúde em diferentes épocas, continentes, culturas e nacionalidades.

Apesar de sua longevidade no uso médico, o canabidiol só foi desassociado dos efeitos psicotrópicos do THC pela equipe do bioquímico Raphael Mechoulam no ano de 1963. Ele confirmou que o CBD é um dos principais componentes químicos, encontrado nas plantas cannabis, mas em contraste com o THC, ele isolado não tem efeitos psicoativos significativos.

Xarope vendido nos EUA
no início do século XX

O primeiro país do mundo a liberar o CBD para uso medicinal foi Israel em 1993.

Para fins agrícola, industrial e na maioria dos casos medicinais, a produção do CBD é feita a partir do cultivo do  Cânhamo, também denominado de “Hemp”, uma variedade da planta cannabis Sativa L, que não produz os efeitos psicoativo da maconha, os cânhamos são plantas Cannabis Sativa L, com teores de 0,03% ao máximo de  1% de THC, quantidade incapaz de intoxicar as pessoas.

Atualmente, a cannabis medicinal é utilizada em muitos países para tratar uma ampla variedade de condições médicas, podendo ser facilmente obtido na maior parte do mundo, já são 62 países onde existem leis que legalizam o CBD para fins medicinais, cosméticos, alimentares e bem estar, entre outros fins agrícolas ou industriais. No Brasil a ANVISA retirou o CBD das substâncias proibidas em produtos médicos em 2015, e por determinação judicial desde então milhares de pessoas já tem acesso aos medicamentos oriundos do CBD.

A indústria do CBD está florescendo, projetada de forma conservadora para atingir US$ 16 bilhões somente nos Estados Unidos até 2025. O extrato da planta já está sendo adicionado a cheeseburgers, palitos de dente e sprays para o hálito. Estima-se que nos próximos 4 anos, o mercado canábico (industrial, medicinal e recreativo) movimente mais de 200 bilhões dólares até 2027. Na contra mão, o Brasil é hoje um dos raros países no ocidente, a contar nos dedos, onde a cannabis medicinal, o cânhamo industrial e a maconha são proibidos.

De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde, “Em humanos, o CBD não apresenta efeitos indicativos de qualquer potencial de abuso ou dependência,… não é um psicotrópico … não há evidências de problemas de saúde pública associados ao uso de CBD puro”.

Alguns dos benefícios do CBD :

O CBD ajuda a aliviar a dor, incluindo dor crônica e inflamação, e interagindo com os receptores da dor no cérebro.

O CBD ajuda a reduzir os níveis de estresse e ansiedade, melhorando a função do sistema nervoso e reduzindo a produção de cortisol, o hormônio do estresse.

O CBD ajuda a melhorar a qualidade e a duração do sono.

O CBD ajuda a melhorar a rigidez da pele, melhorando a hidratação.

O CBD tem propriedades neuroprotetoras e pode ajudar a proteger o cérebro contra lesões e danos, incluindo os associados à doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.

Remédios contendo canabinóides são úteis no tratamento de certas formas raras de epilepsia, náuseas e vômitos associados à quimioterapia do câncer e perda de apetite e perda de peso associada ao HIV/AIDS.

O CBD tem sido eficaz no tratamento de algumas das mais cruéis doenças, como é a epilepsia, e a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut (LGS), onde o tratamento com o CBD tem conseguido reduzir o número de convulsões e, em alguns casos, interrompê-las completamente. O Epidiolex, que é CBD, é um medicamento aprovado nos EUA para essas condições. O medicamento Sativex e Mevatyl que usam o CBD, são aprovados para espasticidade muscular associada à esclerose múltipla e para dor oncológica.

Marinol e Syndros, que contêm dronabinol (THC sintético), e Cesamet, que contém nabilona (THC sintético ), usados para tratar náuseas e vômitos causados pela quimioterapia do câncer, já existem estudos que podem serem substituídos pelo CBD ou THC natural que faz menos efeitos colaterais.

Mais de 60% dos usuários de CBD o tomam para ansiedade, de acordo com uma pesquisa conduzida pelo Brightfield Group, dor crônica, insônia e depressão seguem atrás.

Várias clinicas médicas já indicam o uso do CBD no tratamento de dependentes químicos. “O CBD não é uma farsa”, confirma Yasmin Hurd, diretor do Addiction Institute of Mount Sinai, de Nova York, que liderou um estudo duplo-cego com 42 viciados  em heroína em recuperação e constatou que o CBD ajudou a controlar os desejos e a ansiedade, minimizando as crises de abstinência de seus pacientes.

O CBD está disponível em várias formas, como óleos, loções, extratos, tinturas, cápsulas, cremes tópicos, comestíveis, doces, molhos, suplementos, balas, barra, spray, adesivos, vapes, infusão de Cânhamo, cosméticos e preparações tópicas para uso na pele.

As pesquisas sobre os benefícios medicinais do CBD, THC, CBDA, THCA, THCV, THCP, CBDP, CBG, CBC , CBN e os demais canabinóides encontrados nas plantas cannabis para a medicina ainda são recentes. O CBD e os demais canabinóides ainda continuam sendo objetos de estudos clínicos e científicos sobre o seu potencial terapêutico.

Sistema Fisiológico de Endocanabinóide

Project CBD

É importante lembrar que há trinta e quatro anos atrás nós, a neurociência e a bioquímica desconhecíamos que o corpo humano dispõe um Sistema Fisiológico de Endocanabinóide, de supra importância funcional, pelo qual regulam os estímulos neurais dos nossos sentimentos, humores, motivação e equilíbrio corporal, entre outras funções cognitivas ativados por compostos canabinóides. O sistema endocanabinóide também se encontra nas interseções de vários sistemas fisiológicos e neurais, permitindo a comunicação e coordenação entre as células.

Assim como os humanos, os animais também têm um sistema endocanabinóide, o que significa que o CBD também pode ter benefícios para eles. O CBD para animais de estimação, como cães e gatos, está se tornando cada vez mais popular como uma opção de tratamento nos países que liberaram o uso das cannabis para fins medicinais.

Efeitos coletareis

Como todo medicamento, o CBD pode ter efeitos colaterais, os do CBD incluem náusea, fadiga e irritabilidade, diminuição do estado de alerta, alterações de humor, diminuição do apetite e sintomas gastrointestinais, como diarreia. Esses feitos foram observados em pessoas que participaram dos estudos do Epidiolex antes de sua aprovação como medicamento nos EUA.

Cuidados

É sempre recomendado falar com um médico antes de usar produtos à base de CBD para tratar qualquer condição médica, para garantir que o CBD não afete nenhum outro medicamento em uso e tenha sua prescrição correta. O seu uso indiscriminado e indevido pode é causar mal à saúde.

Se for fazer uso certifique-se de obtê-lo de uma fonte confiável e segura, muito cuidado com os óleos sem qualidade de produção. Evite comprar CBD sem rótulo de aferições de dosagem, composições e validade.

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